terça-feira, 21 de dezembro de 2010

liberta.

e acabou.

acabou mesmo e ficar temporariamente sem rumo não me dói mais.
aquela sensação de vazio e a necessidade de preenchimento permanecem. mas do novo.

eu sou assim. continuo assim.

acordar um dia e descobrir que o amor acabou é um tanto inusitado. sou do tipo que dorme agarrada no travesseiro e no meio da noite perco ele por aí depois de tanto me mexer, depois de tanto sonhar e sofrer dentro dos próprios sonhos. acordo assustada procurando o acolhimento que o tecido todo dá e acho as penas jogadas pelo quarto e o resto do travesseiro na quina da porta.
a diferença é que antes eu levantava e buscava agarrar as sobras do conforto com medo de não ter mais nada.
hoje eu esqueço o travesseiro e resgato o sono agora calmo. não preciso mais da sobra, do resto. não sinto mais a falta de acolhimento ou o abandono (in)voluntário. eu sei lidar com meus próprios sonhos e a própria busca por um lugar calmo que não se afaste de mim por qualquer impecilho ou obstáculo ou terremoto.

eu prefiro ficar e simplesmente deixar ir.

e esperar um pedacinho de coberta que me acolha parcialmente, sem precisar me esquentar inteira. eu sou o quente. só preciso de uma pequena chama de fogo.