quarta-feira, 2 de novembro de 2011
ciclo.
e parece não ter fim.
daqui. dali.
sábado, 17 de setembro de 2011
desconexo.
o mundo ignora.
não há tempo a se perder com alguém que precisa entender tudo o tempo todo.
se algo não dá certo, o mundo vira as costas e tenta em outra esquina.
ela não. ela quer saber o que exatamente não deu certo. o que precisa mudar.
o mundo acha que não precisa mudar nada.
ela acha que precisa mudar tudo. nela.
ela muda.
não adianta.
o mundo permanece igual.
virando as costas.
calado.
ela, sozinha.
sem respostas.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
quereres.
queria dizer que eu estou absolutamente cansada de sentir a mesma coisa exatamente todos os dias e todas as vezes. e ouvir o mesmo discurso de todas as pessoas. e ter que aceitar da mesma forma e não poder jogar tudo pro alto e sair correndo no meio da rua esperando ser atropelada pelo primeiro carro que for só pra parar de sentir dor.
queria dizer que eu tenho um medo absurdo de falar as coisas que eu penso e que sinto com medo de amanhã não sentir mais. eu também oscilo o tempo todo e isso você já deve saber. mas que, mesmo com esse medo horroroso que me maltrata, eu te amaria com todo o meu amor no dia de hoje. sem saber como seria o dia de amanhã pra mim e pra você. queria dizer tudo isso desse jeito torto mesmo e sem vírgulas só pra não perder a coragem de falar tudo isso agora.
queria que você me visse como eu sou e não como você acha que eu devo ser. ou então como você tem tanta certeza que eu seja. queria ser mais humana um pouco. pro mundo mesmo, esse mundo de amor onde todo mundo parece me achar intocável. esse medo do toque e do receio de querer me fazer feliz e não conseguir. se é que alguém quer. se é que você quer.
eu queria saber exatamente o que você quer ou acha que quer ou não faz ideia do que quer. mas eu só queria ouvir desse lado o tamanho do tudo ou do nada. pra poder ter um pouco de chão pra pisar.
eu queria dizer também que você precisa aprender a ser um pouco mais centrado e pensar nas coisas que são ditas por mim. sem levar como ofensa ou como frieza. queria que você também enxergasse a impossibilidade de um laço além do nosso hoje. impossibilidade porque há excessos em ambos os lados, a falta de ar e a ligação inexplicável que evapora qualquer vínculo de amizade e só. pelo menos por ora. e que isso vem muito mais do seu jeito de agir comigo, por algum motivo só seu que inclusive eu não sei.
queria dizer que eu não sei ficar brava com você e ao mesmo tempo tenho tido uma facilidade de querer te odiar a todo instante. querer. queria que você não me causasse mais isso, mas não parece possível.
queria voltar lá atrás e fazer as coisas diferentes e ser menos cega e ser menos burra e ser menos insistente.
queria poder dizer que acredito no amor como acreditava antes, mas não seria sincera. queria nem estar escrevendo isso, mas precisava.
precisava também dizer que te amo de alguma forma estranha que não sei como nem quando nem porquê. mas que agora me parece sincero.
só queria.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
...
li um texto da Ju ontem sobre isso. o arrepio que dá quando você ouve essas duas palavras e, então, percebe que não estão tão distantes.
eu não sei amar. sou um poço de excessos, transbordando sentimentos e palavras e atitudes. esperando que quem eu amo recepcione tudo isso, esse aglomerado de informações, e me acolha. reaja positivamente. aceite, diga que também me ama e que ta tudo bem. felizes para sempre. mas, não. eu sou pesada. peso uma tonelada pros outros. eu e meu amor. chego com ele nos braços, com uma leveza que é só minha. e, quando entrego nas mãos do Outro, ele cai. esmagado. sufocando. asfixiado.
e vai embora. sai correndo, apavorado e não me explica porquê. e, desolada, pego a tonelada no chão, leve novamente em minhas mãos, cabeça baixa. e vou embora pro meu lugar comum. o 'nunca mais'.
nunca mais amor.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
o erro.
são sempre elas que me atordoam. e é sempre o 'não-saber' a hora de ficar e ir embora. cessar todas as expectativas, o que é real, o que é fantasia. a projeção. ou as várias.
olhar pros lados e não ter quem abraçar. faz tempo.
permanecer interpretando a calmaria. reprimir o desejo de explodir e falar todas as verdades que me parecem tão claras. entender que só são claras pra mim.
aceitar novamente o silêncio. aquele que eu sempre tive pena de usar. pelo sofrimento que causa. mas ninguém tem pena. não de mim. e todos se calam e esperam que eu entenda e parecem não se importar.
esse esteriótipo de um mantra, um poço de calmaria... o esteriótipo que eu mesma criei de mim. defesa, sabe como? receio. falta de paz.
e a escolha, mais uma vez, errada.
auto-flagelação simbólica.
e decidir ir, querendo ficar.
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
velho/novo.
As borboletas, pensamentos novos, expectativas, alguns curtos planos. Algumas frustrações.
O aperto no peito que quer gritar. E então, a repressão. Tentar manter o equilíbrio pra não enlouquecer. E esperar. Sempre esperar. Tentar pensar menos, focar no concreto. Cortar as asas e deixar de voar.
Sentimentos novos são sempre súbitos. Intensos. Agudos mesmo. E entrar em contato com eles é sempre um pouco angustiante. Ou muito. Codificá-los, traduzi-los, organizá-los. Medir. Dosar. Decidir pra onde ir. Como ir e porque, finalmente, ir.
D.E.C.I.D.I.R = Racionalizar o que é puramente emoção.
Desaprendi como deve ser.
domingo, 24 de julho de 2011
notícias.
com alguns daqueles fios soltos, conectados por ora.
outros permanecem desconectados, a procura de qualquer brecha de conexão. não precisa ser a mais potente. só precisa ser cabível.
passei alguns meses um tanto perdida dentro de mim. procurando novos caminhos, insistindo em alguns já conhecidos, levando alguns tombos e pedindo ajuda pra levantar. a amitriptilina me ajudou consideravelmente. inclusive a descobrir que não preciso dela pra voltar a caminhar. eu tenho potencial de sobra pra isso.
enxerguei com novos olhos. um transplante de córnea simbólico. fi-nal-men-te eu percebi o que já não era mais. e o que eu insistia tanto ser. o medo do novo terreno, das armadilhas e dos possíveis tombos. o ponto é que eu aprendi a tombar. e aprendi que não se pode evitar. é necessário.
não mudei. cresci. e paulatinamente, permaneço crescendo. resistindo a algumas mudanças que SEI serem necessárias. mas não estou preparada. permaneço impulsionada por desejos maiores do que minha razão. permaneço tentando quando o mundo diz que NÃO. permaneço acreditando na verdade mais cabível pros momentos meus. plugando os cabos em conexões ruins, causando curtos aqui dentro. conectando fios em instantes únicos.
eu permaneço aqui.
caminhando.
um pouco diferente.
mas com a mesma essência.
domingo, 1 de maio de 2011
caminhão - dela:
O mundo vê um passinho pra trás. Mas em algum lugar do cosmos, ouve-se um caminhão da Granero frear. Um barulho imenso, desengonçado, batem atrás, cercas arrancadas, quase cai no fim do mundo, móveis baratos despedaçados pela cidade.
O tempo todo me dizendo menos. Menos. Pra aguentar, por favor. Pra ter alguma coisa, qualquer coisa. Duas semanas. Um mês. Menos. Menos dor, menos amor, menos ódio, menos vontade de fazer cortar. De sangrar pra fora pra poder ser menos. Por favor.
Sorria como a moça da mesa ao lado, coloque um montinho de cabelo atrás da orelha, alongue um pouco o pescoço. Seu olhar está perdido porque pra poder estar naquela mesa ela foi matando pouco a pouco sua ferocidade. Mas ela toma chá e sorri. E você? Você mais uma vez vai voltar cheia de razão e sozinha. Cheia de tudo que não esquenta o pé. Cheia das facas enfincadas em volta do coração. Mas pensando “ainda falta o centro, ainda posso dar mais uma chance”.
O tempo todo maquiando o caminhão, para que pareça uma minivan ou qualquer coisa tão desengonçada e apressada quanto, mas mais cabível. Que possa estar na estrada que todo mundo está parado, o eterno trânsito de chegar nesse lugar que a gente acha que é o único porque estão todos lá.
E no meu ouvido, o tempo todo soprando. Esqueça isso, você não cabe, você não combina, a estrada não é feita pra você, você só pesa nela, só atrapalha, só é feio e odiado. É isso, não se desvira caminhão. Se é e pronto. Solitário demais, terrível demais. Mas pro outro lado, está vazio. Tem espaço pra você. A dor de virar um carro família, um carro esporte, um carro compacto. Não aguento mais, não aguento mais querer me refilar, não aguento mais querer mudar a química do meu cérebro, não aguento mais pedir perdão. Não, caminhão, tantos anos tentando, não, você não pode, não consegue, é assim. Do outro lado, uma estrada imensa. O caminho claro, bonito e sem buracos, dos que desistem.
Isso, mais uma vez, mas dessa sem voltar. Você não sabe amar, caminhão. Não pode. Não é feito pra você. Dê meia volta, por favor, sem atropelar, sem matar, sem cair, sem levar ninguém. Na tristeza dura de quem tem tanto tamanho mas não tem força pra suportar. De quem tem tanto tamanho e não consegue por medo em ninguém. De quem precisa tanto de abraço mas é grande demais pra sentir os braços em volta. De quem poderia estraçalhar os carros família mas só sente o peso insuportável de ser minúsculo perto deles.
Claustrofobia, pânico, insuportável. E então, o som, mais uma vez, puxar o freio, largar a mão, dar meia volta. Tchau, meu amor. Olhe quantos carros pequenos. Não queira mais saber dessa grossura destrambelhada que só leva mudanças porque ir embora parece um lugar com mais ar. Se você não pode ver meu coração de carruagem, ou sei lá que carro poético poderíamos imaginar agora, eu também não quero mais ser nenhuma outra coisa.
De todo mundo que eu vi de costas, partindo, foi a vez que mais doeu. Talvez porque um pouco antes, quando eu ainda amava sua nuca e sua eterna mochila nas costas como amei poucas coisas na vida, você se virou, apontou o dedo pra mim, e gritou, com pouco ou nenhum carinho: você é um caminhão! Caminhão! Caminhão!
E eu sei, e eu tentei mais do que nunca, e eu quis mais do que nunca. E eu achei que os caminhões também pudessem ter donos e direções e medalinhas. Você também me usou pra levar sua mudança e voltar vazia das suas coisas é a coisa mais triste que já aconteceu na minha vida.
in-vencível.
domingo, 24 de abril de 2011
domingo, 10 de abril de 2011
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
São Paulo, 4/7/97,
As Pessoas dos Livros - Young
domingo, 20 de fevereiro de 2011
fadada a.
sábado, 19 de fevereiro de 2011
associação livre:
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
...
As Pessoas dos Livros - Fernanda Young
ela - eu:
As Pessoas dos Livros - Fernanda Young
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
sábado, 5 de fevereiro de 2011
de dentro.
sábado, 29 de janeiro de 2011
nothing at all.
digo, de mim mesma.
eu tenho uma ansiedade de amor tão imensa e uma disponibilidade do meu 'eu' quase plena.
quase.
tem um pedaço aqui dentro que grita frases desconexas e específicas sobre o sentir. o sentimento, ao mesmo tempo que carente é corajoso o suficiente pra não se encantar com qualquer expectativa do lado de lá.
eu não sei distinguir ao certo se é o cérebro ou o coração que pulsa ardendo quando pensa em uma oportunidade incompleta. tampouco sei justificar o vazio que identifico com facilidade.
eu só compreendo e externo.
ao mesmo tempo que, quando consciente de que o abraço me proporcionará borboletas, o meu cérebro - ou novamente meu coração - pula desesperadamente em direção ao inseguro. independe de qualquer concretude de chão, de base. a minha alma se coloca na frente do carro sem ao menos questionar o funcionamento do freio.
e normalmente é atropelada. machucada. espancada.
toda alma tem plena consciência da flexibilidade do mundo para as escolhas. a minha sempre tem e sempre escolhe a impulsividade. na hora errada. talvez certa. pra mim.
inconseqüentemente, decide se aproximar do ponto de queda mais oportuno.
sem poder esperar absolutamente nada.
nenhuma falta de ar.
do lado de lá.