sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

cada escolha, uma renúncia.

As pessoas confundem. Ou melhor, estão confusas. Perderam a noção de respeito, de espaço, do BEM. Tudo foi banalizado. De coisas a pessoas.
Nada mais parece ter a menor importância, a não ser o próprio espelho.
Um assunto sério vira piada em redes sociais. Por alguns dias. Depois o mesmo assunto é trocado por um de completa insignificância. Pra mim tanto faz. Deixo de lado a piada pronta que faz tanta graça pra quem quer que faça. Irrita tanto pra quem aparenta maior intolerância.
Mas do lado de lá, o assunto continua. A visão midiática dando notícias das mais diferentes formas possíveis. E uma vida possivelmente destruída.

O boato de estupro apresentado nas mais diversas redes sociais, criado por algum babaca que gasta seu dinheiro pra cuidar da vida alheia, causou enorme repercussão na mídia. E na vida do acusado. O que esse indivíduo, que resolveu divulgar o pensamento perverso dele pelo twitter, não entende é que a acusação imputada por ele não foi e nem é brincadeira. Que se trata de duas pessoas: uma, vítima; outra, agressor. Supostos, claro. pessoas. Carne, osso. HUMANAS.

A partir do momento em que tal acusação se tornou PÚBLICA, a justiça se sente – e isso não é ruim -, na obrigação de apurar os fatos. Ainda bem, não? O Brasil reclama tanto da eficácia judicial, não é mesmo? O que ninguém entende, tão pouco o IDIOTA acusador, é que o poder judiciário leva a sério. Que estupro é sério. Que a visão social, civil do estuprador é horrenda. E que o acusado passará o resto da vida carregando o esteriótipo de “porco, nojento”, independente da conclusão da investigação apresentar provas ou não; absolver ou penalizar.

Esse OTÁRIO que divulgou na internet, COM CONVICÇÃO, a prática de abuso sexual de Daniel contra Monique, destruiu uma vida. Uma não, duas. Porque a suposta vítima, Monique, sempre será questionada sobre os fatos.
Independente de dizer, como já vem dizendo, que nada ocorreu. Alguém sempre desconfiará. E ela sempre carregará o peso da dúvida alheia. O que fará ela questionar algumas coisas e criar a própria dúvida.

Esse ESCROTO que afirmou o estupro no BBB, instigou milhares de mentes PERVERSAS que continuaram divulgando a acusação como piada. E por responsabilidade de todos esses infelizes, duas pessoas serão apontadas por um bom tempo como monstro/coitada.
Eu só tenho que lamentar. Pelo vazio. Pela podridão humana. Pela perversão exacerbada da pós-modernidade. Pelo egoísmo. Pela liquidez. Pelo mau uso da criação e do pensamento humano. Pela sociedade que não parece ter cura.

Pelos tempos de guerras covardes.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

não existe amor em SP.

São cinco horas da manhã e eu durmo desde às 21h30. Sonho com todo tipo de coisas. Uma bem claras, outras camufladas. A última imagem que tenho antes de acordar de sobressalto, é de um homem magro, caído no meio da av. 23 de maio, feição misturada entre morte e susto. quando, de repente, abre os olhos e grita de dor.
Acordo e choro. Cinco horas da manhã e a angústia grita e mata. Queria que minha cabeça parasse um pouco, ao menos dormindo. Os comprimidos de Valeriane não fazem mais efeito algum e eu acordo doendo.
Não existe amor nem em SP, nem no mundo, penso. Começo a me desencaixar de novo. Viver apertada cansa. Parece sempre muito pouco e dói. Dói ainda mais quando você deixa de aceitar as migalhas do mundo.

São cinco e meia agora e eu ligo o computador pra encontrar respostas. Seria tão fácil digitar no google qualquer pergunta da minha vida e encontrar 2.658 páginas com as mais diversas respostas.
Queria ser criança de novo. Colocar meu short de lycra, minha camiseta pakalolo, passear dentro do carro, fazendo careta e achando graça das pessoas que passam por mim, contemplando a inocência que um dia tiveram e também foi embora.
Começou a ser difícil de novo enfrentar a escuridão das noites.