domingo, 30 de setembro de 2012

reboque emocional.

"Se existisse um prefeito com uma campanha de combate
aos buraquinhos emocionais, eu votaria nele!"
 
cada um tem uma sina. genericamente falando,  sempre pende pra algum canto da vida. e a vida da gente tem rotina. quase sempre a mesma pra todo mundo. logo, quase sempre a mesma sina pra quase todo mundo.
em mais uma de nossas conversas, encontro a mesma sina. minha e dele. aquele bocado de buraquinhos que não preenchem nem com reza braba. mais que sina, um tipo de karma. o karma dos eternos apaixonados.
esse tipo de (minha-nossa) gente  tem como objetivo principal na vida encontrar o amor de uma vida inteira. esquece que pelo menos um terço da vida já passou. o nosso “sistema emocional” é como um recém-nascido. tudo significa e re-significa uma primeira e única vez. o mesmo gosto, o mesmo cheiro, a mesma intensidade. e o mesmo tombo. ainda pior, a mesma dor. uma constante e aparente  eterna dor.
e o repeat depois do reboque. com material fajuto, claro. ali adiante, um novo buraquinho se abre, se juntando à coleção de incontáveis buraquinhos a serem preenchidos. nada mais importa. lá vem o karma.
karma? vício dos eternos apaixonados.


domingo, 2 de setembro de 2012

Dionícius Barros.

a gente morre três vezes - ele disse.
- como assim?
- foi lá no teatro que disseram. a primeira vez é quando nosso coração para. a segunda, quando nos enterram. e a terceira é quando uma pessoa fala seu nome pela última vez.
 
e foi aí que pensei: eu nunca falarei o nome dele pela última vez.
- mas eu acho que quando alguém é importante pra gente, não tem como não falar o nome da pessoa nunca mais.
 
foi o jeito que encontrei de falar da eternidade do amor que eu sinto por ele.
 
eu nunca vou deixar de falar o nome dele. ou os nomes, talvez. porque são vários. dependendo da época, dois ou três. agora, por exemplo, são novos dois nomes: Dionísio e Vinícius. fora o dele.
 
essa tarde dividimos uma garrafa de vinho e falamos sobre os três. três em um. como o nome daquelas gincanas dos programas vespertinos de domingo.
três nomes interagindo num só "eu" . uma mistura gostosa pra quem vê de fora. uma intensidade de emoções saltitantes e hiperativas e gritantes e... ufa! lindas.
 
e eu, lá longe e bem perto, só consegui pensar no meu amor dividido em três terços: um pro Dionísio, um pro Vinícius e um pra ele. ainda pleno. todos os terços.
 
e a impossibilidade de falar uma última vez,
 
Dionícius Barros.