sábado, 17 de setembro de 2011

desconexo.

ela olha pro mundo esperando a resposta pra uma pergunta que nem ela sabe qual é.
o mundo ignora.
não há tempo a se perder com alguém que precisa entender tudo o tempo todo.
se algo não dá certo, o mundo vira as costas e tenta em outra esquina.
ela não. ela quer saber o que exatamente não deu certo. o que precisa mudar.
o mundo acha que não precisa mudar nada.
ela acha que precisa mudar tudo. nela.
ela muda.
não adianta.
o mundo permanece igual.
virando as costas.
calado.
ela, sozinha.
sem respostas.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

quereres.

eu queria dizer que acho tudo isso um bocado errado. errado o que eu fiz. errado o que você faz. errado esse sentimento todo que me é indecifrácvel e eu não sei verbalizar, tampouco lidar. queria dizer que a gente não escolhe o momento de chegar e de partir. quer dizer, escolhe. com a cabeça mesmo, dá pra escolher. mas eu também queria dizer que eu sou só coração. full time. e que eu sofro todos os milésimos de segundos por ser assim. e você nem faz ideia quanto.
queria dizer que eu estou absolutamente cansada de sentir a mesma coisa exatamente todos os dias e todas as vezes. e ouvir o mesmo discurso de todas as pessoas. e ter que aceitar da mesma forma e não poder jogar tudo pro alto e sair correndo no meio da rua esperando ser atropelada pelo primeiro carro que for só pra parar de sentir dor.
queria dizer que eu tenho um medo absurdo de falar as coisas que eu penso e que sinto com medo de amanhã não sentir mais. eu também oscilo o tempo todo e isso você já deve saber. mas que, mesmo com esse medo horroroso que me maltrata, eu te amaria com todo o meu amor no dia de hoje. sem saber como seria o dia de amanhã pra mim e pra você. queria dizer tudo isso desse jeito torto mesmo e sem vírgulas só pra não perder a coragem de falar tudo isso agora.
queria que você me visse como eu sou e não como você acha que eu devo ser. ou então como você tem tanta certeza que eu seja. queria ser mais humana um pouco. pro mundo mesmo, esse mundo de amor onde todo mundo parece me achar intocável. esse medo do toque e do receio de querer me fazer feliz e não conseguir. se é que alguém quer. se é que você quer.
eu queria saber exatamente o que você quer ou acha que quer ou não faz ideia do que quer. mas eu só queria ouvir desse lado o tamanho do tudo ou do nada. pra poder ter um pouco de chão pra pisar.
eu queria dizer também que você precisa aprender a ser um pouco mais centrado e pensar nas coisas que são ditas por mim. sem levar como ofensa ou como frieza. queria que você também enxergasse a impossibilidade de um laço além do nosso hoje. impossibilidade porque há excessos em ambos os lados, a falta de ar e a ligação inexplicável que evapora qualquer vínculo de amizade e só. pelo menos por ora. e que isso vem muito mais do seu jeito de agir comigo, por algum motivo só seu que inclusive eu não sei.
queria dizer que eu não sei ficar brava com você e ao mesmo tempo tenho tido uma facilidade de querer te odiar a todo instante. querer. queria que você não me causasse mais isso, mas não parece possível.
queria voltar lá atrás e fazer as coisas diferentes e ser menos cega e ser menos burra e ser menos insistente.
queria poder dizer que acredito no amor como acreditava antes, mas não seria sincera. queria nem estar escrevendo isso, mas precisava.
precisava também dizer que te amo de alguma forma estranha que não sei como nem quando nem porquê. mas que agora me parece sincero.
só queria.