segunda-feira, 2 de novembro de 2009

game over - para T.

e então eu desisto.
desisto de jogar esse jogo sem vencedor algum. esse jogo que você me colocou, sem eu pedir pra entrar. nunca quis um jogo. não gosto de competição. nunca gostei. por isso resolvo parar tudo que envolva competitividade. vou lá e desisto. como faço agora.
e esse jogo é injusto, você entende? porque eu tenho uma vida, enquanto você tem sete ou mais. você tem a opção de resolver morrer um pouquinho quando ta cansado. e depois volta quando bem entender. eu não. eu tenho uma vida e preciso lutar por ela e pelo final feliz no jogo. porque todo jogo tem um prêmio no final. e é sempre um prêmio bom, não é? e daí eu tenho que lutar contra todos os monstros pra conseguir chegar lá. e são tantos monstros! que me atacam, me empurram, me assombram.
então eu resolvi desistir dessa minha vida. e entregar o jogo pra você. porque, enquanto lutava, descobri que não tem o prêmio bom no final. o final é a morte. não há opção. essa vida não depende de mim, por mais que eu lute pra mantê-la intacta. essa vida depende de você. e você não precisa lutar por ela, com seis outras te esperando, caso você resolva morrer.
e, lutando, eu descobri outra coisa. descobri que um dos monstros que me assombra, um bem camuflado, nada mais é do que você. você me assombra, me empurra, me ataca, me joga pra longe. você me mata. e, se eu to nesse jogo, é porque eu achava, o tempo todo, que o prêmio era você. e então eu descubro que 'você' não existe mais. você foi junto com a primeira morte e criou, então, outros seis personagens diferentes. e nenhum deles é semelhante com o prêmio que eu quero. ou que eu quis.
e, então, eu resolvo desistir. porque o T. que eu queria, aquele mesmo que me fazia sentir borboletas, não dormir a noite, sonhar coisas bonitas, planejar um futuro bom, morrer de amor... aquele não existe mais. se matou. por cansaço. preguiça. angústia. não sei. só não existe. e, com muita dor, eu resolvo aceitar isso. e resolvo enxergar, claramente, que seis de você, completamente diferentes, não cabem aqui dentro. e nem querem caber.
e, assim, eu desisto.
entrego os pontos todos que ganhei, em suas mãos. te entrego a minha vida e a minha força.
minha vida = meu amor, cada vez menor e mais cansado.
minha força = o assassinato da minha esperança.
e, daí, você vence o jogo. e me mata.
e, daí, eu sigo a minha vida. congelada. sem prêmio algum.
e game over.

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