terça-feira, 20 de novembro de 2012

oxi.gênio.

um estalo no meio da noite. tantas pessoas se cruzando e mesmo assim o mundo parece sozinho. cada um dentro de sua loucura regada a bebidas fortes e drogas pesadas. um mundo insano. os olhares se cruzam e até se encostam, como um pedido de socorro. mas subsequentemente se perdem. conversas desconexas, imagens perdidas na memória que não precisa ter importância. e inclusive, parece tão insuportável.

alguma vez fez sentido?

a noite inteira dedicada a todos os tipos de pensamentos e análises e observações. e a única conclusão de não caber ali. o espaço é tão grande e a casa nem está cheia. já reclamei tantas vezes dos corpos se batendo em mim, implorando por um espaço. meus dedos dos pés já imploraram por folga e só obtiveram roxos como lembrança do caos. mas agora é diferente. há espaço, os corpos minimamente se respeitam e mesmo assim sinto falta de ar.

não pertenço a este lugar. o espaço é tão pequeno pra uma vontade enorme de ser eu mesma, sem precisar das garrafas intermináveis de vodka e energético e as drogas necessárias pra colorir as luzes sempre tão amareladamente opacas.

eu não caibo nessa enorme caixa. por trás dos corpos dançantes eu vejo um bocado de almas perdidas, tentando preencher o vazio alimentando os orifícios dos corpos da maneira disponível ali. línguas se tocando, mãos se esfregando e partes dos corpos totalmente expostas.

e eu que só consigo expor a alma, esta que olhares perdidos não conseguem enxergar?
falta oxigênio nesse ar.

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