terça-feira, 8 de janeiro de 2013

das cores, três.

a água no rosto. respiração ofegante. dois passos pra trás.
ela se olha no espelho, reconhece alguns traços, desconhece algumas marcas que antes não estavam ali. começa a tentar encontrá-las na linha do tempo. o momento exato da pele contorcida e da linha fincada, sem volta. não se lembra. são tantas marcas tão pequenas. mais valiosas que qualquer linha grossa, constante, inteira. em cada fragmento existe uma história. nem sempre tão bela. definitivamente intensa.
volta a se enxergar. as mãos, caminhando pelo rosto, exigem qualquer resposta ou impedimento. querem um ponto fixo pra morarem, nem que por alguns minutos. não encontram. são tantas perguntas daquela mente que não se cansa de buscar. não são as mãos, os pés, braços e pernas, juntos, que encontrarão todas as respostas.
ela para de respirar por alguns segundos. analisa a cor do corpo. admira o marrom-dourado-jambo. teme em perdê-lo. tantas coisas vão e vem e ela teme em perder a cor da pele. nada mais importa ali. é isso. não há nada insubstituível além da cor da casca da alma.
volta a respirar. fica dourada levemente mais clara. ainda assim, admira. escolhe o ponto constante da vida: a pele. não há sentimento que perdure. tantas voltas e reviravoltas. nós que atam e desatam. e ela continua ali. marrom-dourada-jambo.
nunca pareceu tão fácil.

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