domingo, 20 de fevereiro de 2011

fadada a.

é como o tombo. o auge de um. o ápice da dor do cóccix batendo no concreto.
a idéia firme de algo entorta.
tem o objetivo de uma vida por trás de exatos comportamentos. é subjetividade. a minha requer esforços específicos pro alcance perfeito. ou quase. é questão de acreditar. se deposita uma quantidade extrema de energia no foco e segue-se a reta.
cada um tem um punhado a doar. depende da estrutura que se tem.
o que não se espera é a rasteira. o osso trincado. o tiro no pé.
e então, a desistência.
não é fraqueza, entende? é cansaço.
mil nervos atrofiados se contorcendo de dor. o músculo pede pra parar. e o coração é músculo.
incansáveis definições para um pedaço do músculo que pede arrego.
chega de doer. e de buscar. e de pulsar. e de cansar.
o coração também tem digitais. únicas em seus formatos. maneiras. pulsões.
o problema todo então é ser ensinado a querer um encaixe digital e só conseguir um amor tecnológico. existe um sutil desaforo em se comparar tamanha distinção.
exausta então de construir fantasias nem de longe similares a realidade humana, escolho a cadeira de rodas. me remete menos esforço, nenhum encaixe social e uma dolorosa conclusão:
incapacidade de.

Um comentário:

  1. Você escreve tudo como eu sinto.
    É o que a gente sempre discute, né migs? A gente acaba se rendendo mesmo, é muito forte e a gente tá muito cansada ... Ou a gente só não enxerga mais um motivo pra lutar. Lutar pelo quê?

    Maravilhoso o texto. Maravilhoso!!!!

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