terça-feira, 3 de junho de 2014

análise de fim de jogo.

foram oito meses e exatos vinte e seis dias. chegados ao fim.
abraços, beijos, cafunés, mãos dadas, cócegas, leveza e muito amor. acabou. é o que fica.

ele demandava meu mundo ao lado dele. vinte cinco horas, porque as vinte e quatro horas do dia eram poucas. ele tinha medo de um abandono que eu relutava em praticar. ele acreditava que eu encontraria homens mais barbudos e melhores e completos. ele se considerava parcial.

eu tinha infinitas defesas. receava o fim, o desinteresse e as novidades de um futuro próximo. preferia, então, vestir a persona que sempre funcionou muito bem: mulher bem resolvida, independente, ativa e completa. afastava. demonstrei tardiamente a menina-mulher permeada por inseguranças. quase as mesmas que as dele. acreditava que ele encontraria meninas perversas, cheias de vida e com pouco a oferecer intelectualmente, e muito a oferecer sexualmente.

lacunas. quando não se consegue preenchê-las dentro de um relacionamento, não vinga. impossibilitada de preencher as horas diárias e maçantes de uma distância aparentemente pequena, e absurdamente infinita, somada às inseguranças de um garoto confuso, ele precisou. era buscando em outras, afinal, que a autoafirmação de um "macho alfa" preencheria tais inseguranças. ao mesmo tempo que perder esse nosso amor continuava a torturá-lo.

mas é que a vida, grande pregadora de peças, colocou em campo quem facilitasse o fim de jogo. aquela que, futuramente,será uma real decepção na vida dele. a quem ele idolatra e se espelha. essa que ele ama, sem de fato ser amado. o grande coringa. mascarado.

ela trouxe à tona as práticas desleais de um garoto inseguro. práticas descritivamente detalhadas por uma cúmplice relatora.

e o ponto final. the end. "perdeu, playboy".

vomitadas as angústias, analisados os comportamentos, após tentativas falhas de um final minimamente saudável, resolvi ir embora sem olhar pra trás. pra ele, deixei palavras sinceras de alguém que não queria ir embora, mas precisou. a gente sabe exatamente o momento de ir embora, mesmo sem querer partir.

pra mim, ele deixou decepção. e lembranças de oito meses e exatos vinte seis dias de altos e baixos. mas de uma vivência insubstituível.

pra ele, eu desejo autoconhecimento, permissividade para entrar em contato com a dor. e tolerância às futuras frustrações que virão pela frente. sobre ela.

pra ela, eu desejo discernimento sobre o sentido de amizade, esse mesmo que ela tanto prega, com apelidos peculiares e overdose de retratos. sinceridade nas relações, aparentemente abaladas pelos conflitos intrafamiliares, desde sempre tão difíceis. e paz.

a mim, restou calmaria. o autoconhecimento e consciência das minhas responsabilidades dentro de uma relação tão instável quanto bonita. e o meu paulatino trabalho em interromper um sentimento real e intenso que vivi e JAMAIS abriria mão.

niilismo: se eu voltasse no tempo, faria o mesmo. com ele.

(obrigada, psicologia.)

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