domingo, 22 de junho de 2014

associação livre8.

1. não sei ao certo porquê.
sexto sentido de mulher sempre funciona, me diziam. levava isso como clichê social.
hoje entendo um tanto diferente.

2. resiliência. sempre gostei dessa palavra. ouvia nas dinâmicas de grupo, quando pediam para que cada um se definisse em uma palavra. a maioria usava essa palavra, enquanto eu usava "calma".
ser resiliente é tão difícil nos tempos de hoje, que quando se definem assim, pouco acredito no Outro. mesmo assim, espero um tanto ansiosa a conduta resiliente de todos. sempre me frustro.

3. eu acredito que todo mundo peca em relacionamentos. defendo a tese de que ninguém erra sozinho. pelo menos quase sempre é assim. considero relevante o perdão. mas somente quando a sinceridade o antecede. como perdoar a mentira? ambos são, assim, imediatamente anulados.

4. ele voltou. depois de tantos tapas na cara consecutivos, já balançando a bandeira da derrota, com tantas lembranças jogadas impulsivamente no lixo, ele resolve voltar. resgatei as sobras de forças aqui dentro do meu peito, misturei com algumas doses de razão e, finalmente, tomei a decisão mais centrada dos últimos tempos: esperar, refletir, sugerir. pra, então, falar.

5. pedi sinceridade. é a única coisa que realmente me faz acreditar em possibilidades. daí o "acreditar em perdão". ele acredita que não sei. e quem não sabe é ele. as provas estão intactas dentro da minha memória fotográfica. lembro das falas, dos risos, registrados em fotos e áudios desse maldito aplicativo. da descrição da melhor amiga, sobre tudo o que foi. das discussões da minha dor entre ela e a namorada. e eu não posso gritar. tenho que engolir seco, como areia e vidro, e aguardar ansiosamente que reste, a ele, a simplicidade e o respeito por mim. e que assuma. eu erro, tu erras, ele erra. nós erramos, vós errais, eles erram.

6. só assim as coisas seriam mais fáceis. e sairiam, então, do ponto morto.

7. tenho uma carteira, uma calça do avesso, algumas blusas, dois edredons e um celular. jogados na cama. estou sentada há exatamente três horas e minhas costas doem. penso no dia de estudo perdido, quando na verdade nada está perdido. ou pelo menos não deveria. lembro do moletom vermelho pelo qual me apaixonei no shopping, pra não ter que lembrar do vazio do coração.

8. é. eu realmente gosto da ideia de a culpa ser das estrelas.

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