quinta-feira, 5 de junho de 2014

décimo dia.

e é nas quartas-feiras que sinto mais tua falta.

nem sei ao certo o porquê. afinal, nada de especial acontecia às quartas-feiras, não é mesmo? a não ser nas últimas semanas, quando planejávamos nossos encontros na cafeteria, às quintas, exatamente às 18hs00.  talvez por ser, então, o dia que precede às quintas, eu sinta tanto a tua falta.

e é do meio da semana pra frente que meu coração se esmaga. ele vai se encolhendo no lado esquerdo do peito, tentando se esconder pra abstrair qualquer ausência sua que possa ocasionar grandes dores aos finais de semana. esses sim, tão esperados.

o sábado principalmente. meu corpo começava a gritar logo cedo, ansiando às 18hs00 dos ponteiros, para eu pegar a chave e correr até você. encontrei caminhos mais fáceis pra chegar no pico desse seu bairro tão sinistro. e chegava, depois de quase uma hora de viagem, tão feliz. era nesse dia que eu grudava meu corpo no teu e esquecia todos os meu problemas, até às 04hs00 da manhã. e quando colocava os pés pra fora da sua garagem, descobria que existia um mundo lá fora.

o domingo... um dia triste. nostalgia da noite anterior, e a certeza de só te encontrar quatro dias depois. o medo das brigas tão constantes por causa da distância tão dolorosa. e então o recomeço de uma semana demasiada extensa.

já se passaram dez dias. só 50% do meu coração bate. dolorido. meu cérebro tem funcionado a 320 volts, tentando compreender diariamente o porquê do nosso fim. o motivo subjacente, aquele que ninguém enxerga. tampouco eu.

minhas epifanias não me servem de consolo. e ao acompanhar o seu imediatismo, meu peito grita.
minha alma ecoa, numa constante, o famoso "e se..." que tanto incomoda a todos. porque, SE nossas decisões tivessem sido diferentes, poderíamos. seríamos ainda "nós".
...
quinta-feira. sol. olhos molhados. olheiras bem marcadas. asas quebradas. balões estourados.
...
e mais um dia sem você.

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