quarta-feira, 12 de agosto de 2009

para-lelo.

Que eu vivo num mundo completamente paralelo do mundo real, eu já sabia. O que eu não sabia era que isso é ruim. Pros outros, não pra mim. Eu criei esse mundo paralelo que nem a Ally McBeal criou o dela, no seriado. Já assistiram? Pois assistam. Ela criou um mundo paralelo dela porque cansou de frustrações. Ela cansou de ter que se entregar a amores pela metade. Cansou de ter que tentar algo que sabe que não vai conseguir.
Eu sou assim também, ponto.
Pra mim, as nuvens são algodão doce. Morro de vontade de dar o maior pulo do mundo e pegar um pedaço pra experimentar. Juro. Ou então, abrir a janelinha do avião e esticar o braço pra ver se alcanço. Pra mim, eu vou um dia conseguir alcançar o céu. E, tudo lá de cima será visto da mesma cor: azul. Pra mim, existe uma história bonita e com final feliz, daqueles: “e viveram felizes para sempre”. E existe alguém que vai me amar igual, sem mais nem menos. Pra mim, o dinheiro nem compra a coisa mais importante do mundo. Aliás, nesse meu mundo paralelo, nem existe dinheiro. Não faz sentido o dinheiro lá. Não sei porque, mas não faz. Pra mim, as pessoas deveriam andar com coraçãozinhos nos olhos, toda vez que estivessem apaixonadas. Ia ser bonito.
E daí, quando eu saio desse mundo paralelo, porque, INFELIZMENTE, eu sou obrigada a pisar um pouco no chão, vem um monte de gente pra mim, falar que ser racional é mais legal. Que ser emocional é para os fracos. E eu não entendo nada. Dos outros. Onde existe beleza e felicidade na racionalidade? Eu não sei. Talvez seja mais fácil. Mais cômodo. Mais eficaz pra viver em “paz”. Isso eu concordo. Mas quem disse que ser fácil é bom? Quem disse que comodismo é tendência?
Eu visto máscaras pra tentar me mostrar um pouco igual. Porque eu cansei de ouvir que não vai dar certo, sabe? Eu cansei de pessoas falando que eu tenho que ser emocionalmente mais adulta e me abrir pras possibilidades que eu não vejo como tais. Daí eu finjo tal maturidade. Pra viver na minha paz. Pra poder continuar entrando, toda vez que acho justo, no meu mundinho paralelo. E pra não deixar de acreditar que realmente as nuvens são doces. Assim como todo resto desse meu mundo.

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