domingo, 27 de setembro de 2009

no chão frio, pés descalços.

Ontem, assistindo televisão, comecei a pensar sobre as coisas todas que se passam aqui dentro. Auto-análise mesmo. Autocrítica. Sabe quando você tenta medir o tamanho do sentimento e não consegue? Quando você para pra pensar e não sabe se sente porque simplesmente não consegue NÃO sentir, ou se sente porque simplesmente QUER sentir? Aquele tal de vício de amar, entende?
Descobri que anda tudo bem confuso aqui dentro. Não sei mais até que ponto eu realmente sinto amor. Não consigo separar mais as coisas. Não sei se virou uma obsessão pelo próprio sentimento. Aquela coisa de que “foi tão forte e tão real, que não quero que acabe, mesmo sabendo que já acabou”.
Tenho um pouco de medo disso. De perceber que perdi um bocado de tempo achando que sentia algo que simplesmente nem estava mais ali. Só pra me sentir completa de alguma forma. Só pra ter em quem pensar e por quem sentir e sofrer e lembrar. E me preocupar também.
E, por outro lado, tenho angústias em perceber que, depois de tanto tempo, ainda sinto e ainda é forte. Ainda é incontrolável. Tenho medo de pensar que, caso volte, eu volto junto. Mesmo que sofra. E mesmo que dê errado. Porque eu sei que é isso que acontecerá.
Como então posso ter consciência de que não dará certo, que eu não gostaria de reatar algo já tão problemático, que sofrerei de qualquer maneira e, mesmo assim, mesmo tão realista, ainda sentir e alimentar esse sentimento todos os dias?
Não me entendo. Não consigo definir o que se passa aqui dentro e o que eu realmente quero da minha vida.
Tenho medo dessa demasiada consciência, que me invade todo santo dia, que anula mais um lado emocional do meu corpo. Tenho medo de chegar num padrão consciente absoluto, em que não me reste nem um pouco de expectativas sobre algum sentimento positivo em relação a ele. Que deixe de ser.
Simplesmente deixe de ser, de uma hora pra outra.
E daí, serei o que?
Serei quem?
Serei pra quem?

Ando pensando demais.
(postado em 29/09)

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